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Investimento global em hidrogénio verde pode chegar a 12 biliões de dólares em 2050

O estudo da consultora Boston Consultung Group prevê que até 2050 a procura mundial de hidrogénio verde possa atingir cerca de 350 milhões de toneladas por ano.

O investimento em hidrogénio verde poderá vir a atingir a nível glogal um valor entre os 6 e os 12 biliões de dólares nas próximas três décadas, entre 2025 e 2050. A conclusão é do estudo “Building the Green Hydrogen Economy”, realizado pela consultora Boston Consulting Group (BCG) e pela EDHECinfra, empresa que realiza análises e cálculos de índices em 25 países, que representam um universo de investimento de 7.000 empresas.

Até 2050 é também estimado que a procura de hidrogénio verde possa atingir cerca de 350 milhões de toneladas por ano

O estudo realizado em parceria pelas duas entidades mostra assim que o hidrogénio verde se posiciona como uma oportunidade atrativa para investidores tanto no setores da energia como no setor das infraestruturas e que 67% dos investidores planeia mesmo aumentar o seu investimento em energias renováveis nos próximos três a cinco anos.

“Com o mundo a unir esforços para cumprir o Acordo de Paris, e os governos a reconstruir infraestruturas energéticas com vista a garantir a neutralidade carbónica, o mercado de investimento em infraestruturas irá continuar a expandir-se”, afirma Wilhelm Schmundt,  managing director e partner da BCG, em comunicado.

E acrescenta: “O hidrogénio está a transformar-se numa oportunidade de investimento alternativo lucrativo e numa opção lógica para fundos com um mandato para desenvolver recursos sustentáveis”.

Em 2021, a procura mundial de hidrogénio atingiu 94 milhões de toneladas, na sua maior  hidrogénio cinzento, produzido a partir do gás natural e poluentes. No enstanto, estima-se que o hidrogénio verde tenha um aumento exponencial, com a procura a crescer até 350 milhões de toneladas por ano.

Para atingir as metas mundiais de descarbonização, a BCG estima que os setores público e privado tenham de investir entre 6 a 12 biliões de dólares em ativos para produzir e transportar hidrogénio verde, entre 2025 e 2050.

“Apesar das oportunidades de investimento se estenderem ao longo de toda a cadeia de valor  do hidrogénio verde – desde a produção por eletrólise até ao seu transporte e armazenamento -, entre 300 e 700 mil milhões de dólares desse montante global deverão ser investidos até 2030”, calcula a BCG no mesmo estudo, que aponta estratégias que poderão ajudar os investidores a adquirir vantagem competitiva na indústria do hidrogénio. 

A começar, conhecer os subsídios e investir apenas em países nos quais os decisores políticos tenham desenvolvido mecanismos financeiros que limitem os riscos associados ao investimento em hidrogénio, como Portugal, por exemplo; transferir os riscos técnicos de execução associados ao investimento em projetos de baixo teor de carbono para parceiros com experiência; criar um portfólio, investindo em vários projetos relacionados com o hidrogénio e criando sinergias.

“O hidrogénio tem sido considerado uma parte fundamental na missão de tornar o planeta mais sustentável e agora pode finalmente estar pronto para ter o seu momento de brilhar, o que deverá atrair investidores experientes em infraestruturas”, remata Frank Klose, managing director e senior partner da BCG.

Ainda de acordo com o estudo da consultora, o investimento em infraestruturas (onde se incluem as energéticas), a classe de ativos alternativos de mais rápido crescimento, tem demonstrado a sua resiliência face aos impactos económicos negativos provocados pela pandemia, inflação e a guerra.

Entre 31 de dezembro de 2019 e 31 de dezembro de 2022, este tipo de investimentos registou um retorno anual de 7,36%, chegando mesmo a gerar resultados positivos em 2022.

Neste momento, os investidores em infraestruturas possuem ativos sob gestão no valor de 1,1 biliões de dólares nas indústrias de energia e ambiente, transporte e logística, infraestrutura digital, e nos setores de infraestrutura social sob gestão.

Nota: Texto publicado pelo Jornal de Negócios a 3 de abril.

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