ENERGIAS RENOVÁVEIS
NA EUROPA
A Comissão Europeia reconhece que mais de 75% das emissões de gases com efeitos de estufa são provenientes da produção e utilização de energia, o que torna fundamental a descarbonização do setor com recurso a energias renováveis, de forma a atingir as metas traçadas para 2030 e 2050
Nesse sentido foi criado o Pacto Ecológico Europeu, que com o objetivo de guiar a transição para as energias renováveis e em linha com o objetivo 7 da ONU, define as seguintes medidas:
– Construir sistemas energéticos interligados que apoiem as fontes de energia renováveis;
– Promover a modernização de infraestruturas e recurso a tecnologias inovadoras;
– Impulsionar a eficiência energética e a conceção ecológica de produtos;
– Descarbonizar o setor do gás e promover uma integração inteligente entre setores;
– Combater a pobreza energética nos Estados Membros, capacitando os consumidores;
– Promover as tecnologias e normas energéticas Europeias a nível mundial;
– Aproveitar o potencial da energia eólica marítima na Europa.
Também o Parlamento Europeu reconhece a importância das energias renováveis para o ambiente, para a economia e para a vida no seu todo. Assim, aprovou a nova Diretiva de Energias Renováveis (RED II), que estabelece a meta de que 32% de toda a energia na União Europeia deverá ser gerada através de fontes renováveis até 2030.
Em 2022, no âmbito do RePowerEU a CE propôs aumentar a meta de renováveis de 2030 para 45%.
Como forma de incentivo ao cumprimento das metas, a Diretiva prevê uma isenção de taxas e encargos para pequenas instalações de autoconsumo e a possibilidade de comunidades produzirem, armazenarem e venderem o excesso de produção.
HIDROGÉNIO NA EUROPA
O hidrogénio representa ainda uma pequena fração das energias renováveis utilizadas no mundo e na Europa. É também ainda produzido em grande parte a partir de combustíveis fósseis como o gás natural ou o carvão. Existem ainda várias barreiras técnicas e comerciais que devem ser esbatidas. Estas barreiras implicam um esforço conjunto dos vários países pertencentes à União Europeia, no aproveitamento de fundos europeus para investir em projetos de investigação e implementação do hidrogénio verde nas suas redes de gás.
Contudo, países como os Países Baixos, o Reino Unido e a Alemanha, têm desenvolvido projetos semelhantes a este de forma a acelerar a sua própria transição para as energias renováveis e cumprir com os objetivos europeus.
A adaptação das redes de gás natural para receber e distribuir hidrogénio contribuirá para a descarbonização do setor energético. Esta adaptação, ajudará a reduzir as barreiras à entrada do hidrogénio e contribuirá para impedir que as redes de distribuição se tornem ativos ociosos, atenuando o risco de expansão excessiva das redes elétricas e contribuindo para a redução de custos no processo de descarbonização.
A injeção de hidrogénio em redes de gás também se encontra em fase de estudo. Segundo a Estratégia Europeia para o Hidrogénio, o “blending” fará parte da solução para a descarbonização do setor.
Neste contexto Portugal beneficia de condições únicas para a produção de hidrogénio verde. Temos uma das mais modernas redes de distribuição de gás da Europa, construída 94% em polietileno, um material adequado à distribuição de H2, e uma abundante presença de energias renováveis.