IMPLEMENTAÇÃO DO HIDROGÉNIO VERDE
PROCESSO DE PRODUÇÃO, MISTURA E INJEÇÃO DE HIDROGÉNIO VERDE
PRODUZIR HIDROGÉNIO VERDE
Tendo em vista a sustentabilidade energética do nosso país, o Green Pipeline Project é o reflexo do investimento na descarbonização do setor do gás. Recorrendo a uma alternativa energética verde, este projeto utiliza uma fonte de energia totalmente sustentável para fornecer casas, serviços e indústrias no Seixal, diminuindo assim a emissão de gases de efeito de estufa e contribuindo para um consumo energético mais sustentável.
O hidrogénio é o elemento químico mais abundante na natureza e já foi usado no passado em aplicações como dirigíveis e missões espaciais. No entanto, a premente necessidade de descarbonização da economia mundial e a possibilidade de produzir este combustível através de fontes renováveis, tornam-no um pilar da transição energética. A produção de hidrogénio verde, através da eletrólise da água, e recorrendo a energia 100% renovável, torna este elemento num vetor energético amigo do ambiente, que pode ser utilizado na indústria, aquecimento, mobilidade e geração de energia elétrica sem quaisquer emissões de dióxido de carbono. Neste projeto, o eletrolisador será alimentado através de energia solar, produzida localmente através de um sistema de painéis solares acoplado com uma unidade de armazenamento com baterias. Esta energia verde será então utilizada no processo de eletrólise que separará os átomos de hidrogénio e oxigénio presentes nas moléculas de água (H2O), produzindo assim hidrogénio verde (H2).
ESTAÇÃO DE MISTURA E INJEÇÃO
A EMI – Estação de Mistura e Injeção, é a instalação onde a mistura de hidrogénio é feita e controlada antes de ser distribuída através da rede.
Uma parte onde coexistem o gás natural e o hidrogénio, que nas proporções predefinidas, se misturam no “misturador estático”, com a ajuda de diversas válvulas, principalmente uma válvula doseadora e diversos instrumentos e sensores.
Na outra parte da estação estão instalados um computador (PLC), um calorímetro e outros instrumentos, que permitem gerir o valor da mistura – nunca superior a 20% de hidrogénio em volume -, controlar diversos sistemas seguranças, e estabelecer comunicações com o sistema de gestão da rede (SCADA) e com a faturação.
A energia da mistura é calculada, em contínuo, pelo calorímetro que informa o PLC e este envia para o sistema de faturação.
A EMI, em caso de falha grave do sistema corta a injeção de hidrogénio, garantido sempre o abastecimento com gás natural.
REDE DE DISTRIBUIÇÃO
Existem duas redes envolvidas neste projeto de sustentabilidade. Uma primeira rede, com uma extensão de aproximadamente 1400 metros, dedicada ao transporte de hidrogénio com 99% de pureza, sendo o primeiro troço da rede de distribuição de gás exclusivamente dedicado ao transporte de hidrogénio verde. Este troço levará o vetor energético desde o seu local de produção (Gestene), até à estação de mistura e injeção. A estação de mistura e injeção contém uma misturadora, para garantir a proporção pretendida de hidrogénio com o gás natural, que irá variar entre os 2% e os 20% em volume, um calorímetro, que medirá o poder calorífico da mistura, e um sistema de controlo e monitorização.
Após este passo, a mistura de hidrogénio e gás natural é injetada na rede que abastece os nossos clientes residenciais, terciários e industriais. Esta segunda rede consiste na infraestrutura de distribuição de gás já instalada no local e que já serve estes clientes com gás natural. Esta rede tem uma extensão total superior a 7500 m e contém componentes como válvulas e contadores, que podem ser encontrados em qualquer zona da rede de distribuição de gás atualmente instalada.
Assim, beneficiando da atual rede de distribuição de gás e da produção local de hidrogénio verde, o Green Pipeline Project vai dar os primeiros passos para a descarbonização do sistema de gás numa rede fechada no Seixal.