FAQS
INFORMAÇÃO TÉCNICA - FAQ´S
1. Como é que o hidrogénio é injetado na rede?
Para introduzir o hidrogénio na rede de distribuição de gás natural, foi necessária a construção de uma rede dedicada à veiculação do Hidrogénio (H2) desde a Gestene (o produtor) até ao local de injeção, onde estão instalados os equipamentos necessários para controlar a mistura.
Para garantir a uniformidade do gás distribuído para qualquer cliente, independentemente da sua localização dentro da zona abrangida, o ponto de injeção e mistura de H2 é realizado à saída do Posto de Redução de Pressão (PRM 50).
2. Como é feita e controlada a mistura com o gás natural?
No início da linha que liga a Gestene ao PRM50 estão instalados um redutor de pressão e um sistema de odorização do Hidrogénio, com vista a garantir que a pressão na linha respeita a legislação aplicável às redes de gás natural (ao abrigo da qual foi construída) e que o H2 cheire “a gás”, permitindo a identificação imediata de alguma eventual fuga.
Para fazer a mistura do Hidrogénio Verde com Gás Natural (GN) de modo adequado, foi instalado um misturador estático. Para garantir a estabilidade da mistura foi instalado um controlador de rácio, que atuará sobre o caudal de H2 em função do caudal de GN e de acordo com o setpoint estabelecido para o rácio volumétrico H2/(GN+H2). Um controlador lógico programável (PLC) monitorizará todo o processo, determinando a interrupção da injeção em caso de deteção de situação anómala. O sistema de supervisão e aquisição de dados (SCADA) e o sistema de telecontagem sofreram pequenos ajustes para incorporar e transmitir a informação relativa a este novo tipo de instalação, sendo estas alterações utilizáveis em projetos futuros da mesma natureza.
3. Como é determinado o poder calorífico da mistura?
O poder calorífico superior (PCS) da mistura é medido através de um calorímetro com aprovação fiscal no país de origem (Alemanha). A partir dos valores de PCS medidos são calculados o PCS horário e diário, que são disponibilizados no SCADA (existente), para monitorização e através do sistema de telecontagem (existente) para efeitos de determinação da energia consumida pelos clientes abrangidos (faturação de consumos).
Este processo garante uma faturação justa e uma quantificação adequada da energia consumida por cada cliente.
4. Que ensaios foram/são feitos para garantir o adequado funcionamento dos equipamentos dos consumidores?
O Green Pipeline Project foca-se no impacto da distribuição e consumo de misturas de Hidrogénio e Gás Natural (blending) na rede de distribuição de gás existente e nos equipamentos atualmente utilizados pelos consumidores por ela servidos. Na área de abrangência do projeto existem consumidores de cariz residencial, comercial e, industrial, cujos equipamentos foram alvo de inspeção, mas não foram substituídos, por tal não se ter revelado necessário face ao tipo de mistura a distribuir e em consonância com as espectativas da Floene. Pelo contrário, a expectativa era a manutenção em serviço dos equipamentos existentes, para que do Green Pipeline Project pudessem ser tirados resultados realistas e conclusivos sobre o comportamento real dos equipamentos dos consumidores, que fossem extrapoláveis para outros projetos, noutros locais, ajudando a colmatar a pouca informação prática disponível sobre o tema.
As percentagens de H2 a testar no âmbito do Green Pipeline Project (inicialmente o rácio de mistura era cerca de 2%, aumentando progressivamente, até um máximo de 20%) baseiam-se na extensa literatura publicada internacionalmente sobre a intercambiabilidade de misturas combustíveis. Até 20% H2, as misturas H2/GN resultantes são intercambiáveis com o GN anteriormente distribuído, no sentido em que os aparelhos existentes devem funcionar em boas condições sem qualquer ajuste. Para além disso o projeto recolheu informação publicada pelo Marcogaz – Technical Association of the European Natural Gas lndustry, que criou uma task force dedicada à identificação e avaliação das questões levantadas pela utilização de H2 nas infraestruturas de gás e equipamentos de utilização.
Até este momento o projeto tem vindo a confirmar na plenitude a informação teórica em que se baseou e a validade da solução de distribuir misturas GN/H2 para começar a descarbonizar as infra-estruturas de gás e criar massa critica na capacidade de produção de H2.
5. Como é produzido o hidrogénio (tipo de eletrólise, capacidade do eletrolisador, fonte de energia)?
A Gestene instalou na sua sede, localizada no Parque Industrial do Seixal (PIS), um eletrolisador alcalino com capacidade de 50 kW, alimentado por painéis solares, que produz um máximo de cerca de 10 Nm3/h de H2, à pressão de 10 bar. Este equipamento está instalado a cerca de 1 400 metros do PRM50 da rede da Setgás, onde é adequado fazer a injeção na rede de gás natural.